Observatório de CT&I em Saúde da Fiocruz serviu como piloto do BRCris

A Fiocruz mostrou a experiencia do Observatório de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde durante o III Seminário de Ciência de Dados para a Ciência, no último dia 18, em Brasília. O evento lançou o BRCris, uma ferramenta do desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), que foi feita tanto em parceria com a Fiocruz, como com outras instituições nacionais e internacionais e que teve, ao longo dos últimos anos, o Observatório de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fiocruz como um projeto piloto para a plataforma. 

A mesa de abertura do seminário contou com a presença da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, da Secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Márcia Barbosa, do diretor do Ibict, Tiago Braga, do presidente substituto da Capes, Laerte Ferreira Junior e da diretora de Avaliação e Resultados e Soluções Digitais do CNPq, Débora Menezes. O seminário foi um espaço para a troca entre cientistas de dados e para a apresentação de outras iniciativas como a do BRCris na área. 

BRCris  

O BRCris ou Ecossistema de Informação da Pesquisa Científica Brasileira é um projeto do Ibict que permite acesso, visualização e análise de dados técnicos-científicos. Tiago Braga, falou durante a abertura do evento sobre o projeto. “O BRCris está sendo construído há dez anos. Ele é um projeto nacional de integração da ciência brasileira por meio das instituições que são marcantes busca fazer isso de forma aberta, e a ciência aberta, que é o coração do BRCris, ela busca fazer isto para que a sociedade como um todo possa se beneficiar dos avanços científicos e dos avanços trazidos pela pesquisa brasileira” explicou Tiago. 

Cristiani Machado, contou sobre a parceria entre a Fundação e o Ibict. “Nós temos um Observatório de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fiocruz que também trabalha com dashboards e esse mesmo tipo de tecnologia. Temos sido parceiros e o Observatório serviu como piloto para algumas coisas de desenvolvimento do projeto do BRCris” disse Cristiani. 

De acordo com a vice-presidente, iniciativas como o Observatório de CT&I em Saúde e o BRCris são desafiadoras e relevantes por vários motivos. “Para que possamos ter uma visão do cenário da ciência nacional nas suas várias vertentes. Para que a gente tenha subsídios para o processo de avaliação da ciência nacional e possa transformar também esses subsídios na formulação de políticas na área de ciência, tecnologia e inovação” disse Machado. 

Observatório de CT&I em Saúde da Fiocruz 

O Observatório de CT&I em Saúde da Fiocruz é uma plataforma que existe desde 2016 e funciona como uma ferramenta para ajudar na autoavaliação e no conhecimento de práticas da Fundação. O Observatório visa também auxiliar a gestão na tomada de decisão (ao fornecer informações sobre a produção da Fiocruz, dando visibilidade à sociedade de dados institucionais desde 2008.  

Quem apresentou o Observatório foi a coordenadora de informação e comunicação, Vanessa Jorge. “A Fiocruz tem um acordo de cooperação técnica com o Ibict. A gente entende que este lançamento nos coloca em um outro patamar. E essa informação, esse acesso, esse tipo de informação, é muito importante para o Brasil, para a pesquisa e para toda a sociedade” explicou a coordenadora.  

Indicadores em saúde em movimento 

Vanessa Jorge explicou que os indicadores de Ciência e Tecnologia e Inovação são o retrato de um objeto em movimento. Desenvolver um indicador, implementar um indicador é uma tarefa complexa dada numa realidade em movimento. “Você tira um retrato de uma situação que está acontecendo. A gente precisa sempre ver se o indicador está respondendo à questão inicial para que ele foi criado, porque a gente cria um indicador pensando em responder a alguma questão” disse Vanessa.  

Dados minerados do Observatório 

A coordenadora também mostrou dados coletados dentro do recorte do Observatório de CT&I em Saúde, que muitas vezes precisam de coleta e harmonização em mais de uma base de dados. “Nas nossas bases, 78% dos servidores da Fiocruz são pós-graduados. E 53,5% dos nossos pedidos de patentes estão no domínio tecnológico farmacêutico. A gente tem 524 grupos de pesquisa na plataforma do CNPQ. Até hoje, de janeiro a junho de 2023, a gente já publicou 10.054 artigos” explicou Jorge.  

Ciência Aberta 

Ferramentas como o BRCris e o Observatório de CT&I em Saúde são essenciais dentro de uma concepção da ciência aberta e ciência cidadã, temas já inseridos na política institucional da Fiocruz. Os dados também podem contribuir no futuro para a soberania do Brasil e podem gerar formações profissionais na área, como comentou Cristiani em sua fala na mesa de abertura do evento. “A gestão de informação é essencial no mundo contemporâneo e nós temos de formar pessoas, inclusive, para fazer isso de uma forma bem-feita e termos autonomia e soberania para fazermos isto no país” finalizou Cristiani Machado. 

Assista o III Seminário de Ciência de Dados para a Ciência no YouTube do Ibict (manhã e tarde) 

Leia a matéria sobre o lançamento do BRCris durante o seminário aqui.