Estudo do Observa Infância revela que sete em cada 10 pediatras receberam patrocínio de indústria de fórmulas infantis em eventos

Crédito da foto: Salvador Scofano/ Fiocruz Imagens 

Matéria original de Bel Levy (Observa Infância)

No mês da amamentação do mundo, um estudo feito pelo coordenador do Observa Infância Fiocruz, Cristiano Boccolini, com pesquisadoras da Universidade Federal Fluminense (UFF).  Ana Carla Velasco e Maria Inês de Oliveira, revela que sete em cada 10 pediatras receberam patrocínio da indústria de substitutos do leite materno durante eventos científicos.  

Pulicado na Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), o artigo intitulado “Assédio da indústria de alimentos infantis a profissionais de saúde em eventos científicos” traz o resultado de uma pesquisa feita entre 2018 e 2019 em seis cidades brasileiras com a participação de 26 hospitais públicos e privados e 217 profissionais de saúde.

A pesquisa foi feita para analisar o recebimento de patrocínios da indústria de substitutos do leite materno por profissionais de saúde em eventos científicos. A maioria dos entrevistados na pesquisa era de profissionais da área de pediatria, nutrição e fonoaudiologia.  
Segundo os dados, estes profissionais tiveram apoio em eventos científicos que participaram. Desde materiais de escritório a refeições, convites para festas, brindes, pagamento de inscrição ou até de passagem para um congresso. 

Barreira para a amamentação 

Como conclusão, o estudo alerta que ao promover entre os profissionais de saúde substitutos do leite materno (também conhecidas como fórmulas infantis), os fabricantes e distribuidores dos mesmos aumentam a barreira para o crescimento da amamentação no mundo. 
A preocupação é ainda maior em países de baixa e média renda, onde as vendas destes substitutos crescem em uma progressão de 10% ao ano.  

Este estudo foi feito pelo coordenador do Observa Infância, um observatório que reúne pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase). Quer ler o estudo completo? Veja aqui.