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Artigo atesta o destaque internacional da Fiocruz na pesquisa sobre o Zika vírus

03/06/2019
Por : 
Gardênia Vargas

A pesquisa feita pelos membros do Comitê Executivo do Observatório em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde Fernanda Lopes Fonseca, Bruna de Paula Fonseca, Camila Guindalini e Marcus Vinícius Silva, intitulada “Contribuições cientificas e tecnológicas dos países da América Latina e Caribe para o surto do vírus Zika” (Scientific and technological contributions of Latin America and Caribbean countries to the Zika virus outbreak), ressalta a relevância internacional da Fiocruz na pesquisa e desenvolvimento tecnológico sobre o vírus da Zika. O artigo publicado no BMC Public Health em 2019 em colaboração com Instituto René Rachou destaca a Fiocruz como a instituição que mais produziu conhecimento científico sobre esse tema no mundo. E o Brasil foi o único país da América Latina a depositar patentes relacionadas ao vírus com evidência experimental.

A intenção da pesquisa foi, não só informar à comunidade cientifica desses países, mas também munir os formuladores de políticas públicas com dados baseados em evidências sólidas, afim de orientar de forma mais assertiva, os investimentos em pesquisa nesses locais – explica a pesquisadora Fernanda Fonseca. E completa - Sabemos que investir em ciência, tecnologia e inovação é importante e fortalecer a liderança local em pesquisa e desenvolvimento é fundamental para que possamos enfrentar, prevenir e controlar esse tipo de epidemia, ou até outros grandes surtos. 

A pesquisa mapeou a produção científica nos países da América Latina e Caribe usando base de dados nacionais e internacionais, além de avaliar o perfil de patentes em cada caso. A ideia principal foi identificar a contribuição desses países para a produção mundial de conhecimento científico e suas atuações no desenvolvimento tecnológico.

Procuramos avaliar quais áreas de pesquisa tiveram maior contribuição dos países Latino Americanos e do Caribe, e como era utilizada a rede de pesquisa em cada território. O resultado foi perceber que esse grupo de países teve um papel fundamental, não só na geração, como também na disseminação do conhecimento cientifico em Zika – comenta, Fonseca.  

Um dos pontos observados foi que pesquisadores latino-americanos contribuiram de forma mais significativa em pesquisas que envolviam a investigação de manifestações clínicas decorrentes da infecção por Zika, principalmente aquelas associadas à microcefalia em recém-nascidos. O Brasil foi o segundo maior país em número publicações de artigos sobre o Zika Vírus, sendo a Fiocruz a instituição que mais publicou nessa área. 

Outro destaque foi o papel central do Brasil na rede de pesquisa global, ficando atrás somente do EUA e França em países que utilizam sua rede de pesquisa para resultados maciços contra o vírus. Esse dado é importantíssimo e destaca a importância das parcerias internacionais para o compartilhamento e difusão de conhecimento. Ou seja, crucial para o desenvolvimento das pesquisas e fundamental para a tomada de decisão e para a rápida resposta durante o surto.  

A qualidade das pesquisas da Fiocruz também foi reconhecida por meio de premiações internacionais, como por exemplo a da pesquisadora chefe do Laboratório de Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), Patrícia Brasil, que foi a vencedora do Prêmio Científico Christophe Mérieux 2018, oferecido pela Fondation Christophe et Rodolphe Mérieux e pelo Institut de France. A premiação reconhece a trajetória acadêmica da cientista e a relevância de seu projeto: A história natural da infecção por Zika durante a gestação. A pesquisadora foi a primeira cientista brasileira a receber a honoraria. 
 

Rede de colaboração científica em Zika