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GT de Ciência Aberta representa Fiocruz em iniciativa da Universidade de McGill

14/12/2018
Por: 
Foto de maira.baracho
Maira Baracho


Especialista em propriedade intelectual Roberto Reis representará o Grupo de Trabalho. Foto: Peter Illicciev/CCS Fiocruz. 

A partir de março de 2019, o especialista em propriedade intelectual Roberto Reis representará o Grupo de Trabalho em Ciência Aberta (GTCA) da Fiocruz em uma importante iniciativa liderada pela Universidade de McGill, no Canadá, que busca testar o modelo da Ciência Aberta na produção de conhecimento e medicamentos para doenças neurológicas negligenciadas no Montreal Neurological Institute. 

A iniciativa abarca um experimento de 5 anos de duração, calcado em 5 pilares: (i) a disponibilização aberta de dados e outros recursos científicos até, no máximo, a data de publicação do primeiro artigo que use tais dados ou recursos; (ii) parcerias de pesquisa externa, onde todos os dados e recursos gerados em parcerias com outras instituições, sejam elas filantrópicas, comerciais ou de parceiros públicos, serão disponibilizados livremente; (iii) a disponibilização de um biobanco de amostras, autossustentável, que permita disponibilização de material clínico com os parceiros cadastrados; (iv) autonomia de pesquisa e do paciente, onde estará garantido o direito de pesquisadores, stakeholders e pacientes de se retirarem da pesquisa em ciência aberta a qualquer momento; e finalmente, (v), um novo modelo de apropriação do conhecimento, aberto e cooperativo, onde há a concordância dos pesquisadores, pacientes e parceiros de que não será possível o patenteamento de nenhuma inovação desenvolvida no âmbito da iniciativa de ciência aberta.

A participação da Fiocruz se dará na colaboração da construção, implementação e avaliação dos indicadores de Ciência Aberta e o objetivo é que a experiência reflita na customização desses instrumentos para a realidade da Fiocruz, que desde 2017, através do GTCA, tem promovido o debate sobre gestão e abertura de dados para pesquisa em saúde.  
“Obviamente, por trazer uma proposta tão inovadora e diametralmente oposta frente ao padrão de desenvolvimento científico atual, calcado em dados proprietários e busca incessante por direitos de propriedade intelectual, mormentesobretudo patentes e direitos autorais, a hipótese de pesquisa busca definir, medir e avaliar indicadores para aferir se os ganhos a longo prazo serão maiores ou não que o modelo vigente em ciência”, explica Reis, que especifica ainda outras apostas da iniciativa canadense. “Espera-se que a iniciativa alavanque o número de parcerias entre os diversos potenciais atores, permita um “transbordamento de conhecimento”, gerando novas empresas, como startups e diminua os custos de transação, uma vez que o modelo contratual será extremamente simplificado”. 

Ao todo serão construídos indicadores para a avaliação de 5 áreas: Aumento da qualidade e eficiência de outputs científicos; Aceleração da inovação e impacto;Aumento da confiança e accountability entre os participantes; Impacto econômico gerado pelo modelo de Ciência Aberta e sucesso na implementação do novo modelo.

Internamente, o GTCA espera aplicar o modelo em desenvolvimento conjunto com a McGill em alguns projetos-piloto, para posterior avaliação e discussão da adoção de uma política de ciência aberta institucional. Esse estudo possibilitará a Fiocruz assumir um papel de liderança no Brasil, implementando um novo paradigma da geração de conhecimento e difusão científica.
 

 

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