Pesquisadores do Instituto Butantan acompanharão participantes dos testes da vacina contra a dengue por cinco anos – Foto: Daniel Guimarães
Com patente registrada nos Estados Unidos, Instituto Butantan conseguirá exportar tecnologia da vacina para o Hemisfério Norte, que vem enfrentando casos de dengue. Dessa forma, o projeto ganhará ainda mais visibilidade internacional. Para falar sobre essa conquista, o Jornal da USP no Ar conversou com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.
Ele comenta que o desenvolvimento da vacina se iniciou em 2007, mas o resultado da patente veio depois de quase uma década, em 2015. Por já ter passado pelas etapas que analisam sua segurança, realizadas com cerca de 14 mil voluntários, a vacina desenvolvida está em sua terceira fase para verificar sua eficácia. Covas afirma que a pesquisa já vem se transformando em produto e espera que até 2020 ela esteja disponível à população.
Projetos como esse, por serem de grande interesse em todo o mundo, deveriam receber mais investimentos do País, acredita o doutor. Para ele, é necessário investir em biotecnologia, já que é um dos pilares para o desenvolvimento de pesquisas contra diversas doenças, dentre elas o câncer. O sucesso da vacina vem também do fato de terem sido investidos cerca de R$ 300 milhões pelo setor público. A importância desse tipo de investimento é ressaltada pelo diretor do Instituto Butantan, pois há muitos registros de patentes no Brasil que não conseguem evoluir por falta de recursos financeiros. Nos Estados Unidos, por exemplo, o investimento predominante é feito pelo setor privado.
Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
A entrevista completa está disponível no site do Jornal da USP.