Com base na Pesquisa Nacional de Saúde 2019 realizada em consórcio entre o IBGE, o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz, este artigo analisa e contextualiza o módulo dedicado a conhecer a violência vivenciada pela população e o impacto em sua saúde em 2019. Embora a pesquisa de saúde abrangesse pessoas com 15 anos ou mais, o módulo de violência abrangeu apenas pessoas com 18 anos ou mais. Portanto, é a partir dessa faixa etária que esse trabalho acontece. Embora a pesquisa não tenha designado uma classificação para todo o fenômeno estudado, os autores o nomeiam como vitimização por violência interpessoal, seguindo os critérios da Organização Mundial da Saúde. Modelos de regressão logística foram ajustados para quatro variáveis de desfecho: ter sofrido violência física ou psicológica ou sexual nos últimos 12 meses; ter sofrido violência psicológica nos últimos 12 meses; ter sofrido violência física nos últimos 12 meses; ter sofrido violência sexual nos últimos 12 meses. A prevalência foi de 18,3% de violência física, psicológica e sexual em todo o mundo, muito maior do que um estudo recente baseado em dados de 90 países (8,3%). Por causar doenças e mortes, a violência, além de ser um problema civilizatório, é também uma prioridade de saúde pública.