As recentes comemorações em torno do centenário da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizadas durante o ano de 2000, estimularam-nos a trazer a público a entrevista de Vinícius da Fonseca, presidente desta instituição entre 1975 e 1979. Neste depoimento, concedido à Casa de Oswaldo Cruz (COC)1 em 1995, Vinícius da Fonseca reporta-se ao momento de gestação da política de ciência e tecnologia, forjada na década de 1970, notadamente no governo Ernesto Geisel. Decorreu daí a estruturação do moderno sistema científico e tecnológico do país, percebido como um instrumento fundamental do desenvolvimento econômico e social. Nesse contexto, Vinícius da Fonseca, economista oriundo da Secretaria de Planejamento (Seplan), foi designado pelo então ministro da Saúde, Paulo de Almeida Machado, para reformular as atividades da Fiocruz, visando inseri-la no recém-criado Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (SNDCT). Nesse sentido, um dos principais objetivos de sua gestão, ao lado da restruturação da área de pesquisa biomédica, foi dotar a instituição de uma infra-estrutura de produção de vacinas capaz de atender às necessidades dos programas de imunização do Ministério da Saúde, bem como contribuir para o projeto a longo prazo de auto-suficiência em imunobiológicos do país.