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Transferência de tecnologia: análise e proposição de estratégia para aperfeiçoar a interação IPPs / universidades-empresas com vistas à inovação em saúde

Esta pesquisa pretende contribuir com a gestão da transferência de tecnologia entre instituições públicas de pesquisa/universidades e empresas, em especial as voltadas para a área da saúde. Para isto, apresenta diagnóstico sobre os obstáculos existentes e propõe estratégia para otimizar a interação público-privado. O objeto de análise utilizado foi uma pesquisa inovadora originária da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foram diagnosticados seis aspectos fundamentais para a compreensão dos gargalos e oportunidades desta interação: i) gestão da transferência de tecnologia; ii) inovação aberta; iii) gestão da propriedade intelectual; iv) modelo de negócio; v) financiamento; vi) interação IPP-empresa. O projeto estudado foi o desenvolvimento da vacina de Sm14 contra a esquistossomose e fasciolose e é apresentado segundo ordem descritiva e cronológica crescente, com elementos do método de estudos de caso apresentado por YIN (2005).A pesquisa de campo contemplou entrevistas semi-estruturadas com três gestores de IPP/universidade e sete gestores de empresas inovadoras brasileiras do setor saúde. As soluções apresentadas vão desde a profissionalização dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), promoção de ações para aproximação dos pesquisadores de IPP/universidades do universo do desenvolvimento e produção em saúde; até a inauguração de um novo marco legal e regulatório para que os projetos de inovação em saúde possam fluir sem as atuais barreiras que dificultam as parcerias público-privado. O diagnóstico apontou que a histórica dificuldade brasileira na interação IPP/universidade-empresa pode ser superada com profissionalismo e pró-atividade. Ficaram para segundo plano as argumentações baseadas na resistência cultural e na incompatibilidade de linguagem entre a academia e a empresa. Segundo a pesquisa realizada, estes ainda são obstáculos visíveis, mas não são considerados, por ambas as partes, intransponíveis. Apreende-se que a questão não é tecnológica, as barreiras não são geográficas e não faltam recursos para a inovação. Falta mais esforço empreendedor de ambas as partes e o entendimento de que a vulnerabilidade do setor saúde no Brasil em grande parte se deve às resistências em realizar a gestão para a inovação tanto nas IPPs/universidades quanto nas empresas do setor saúde brasileiro. Segundo os entrevistados, é urgente a ampla revisão e direcionamento dos objetos de estudo dos pesquisadores de Instituições públicas e universidades brasileiras. Outro ponto crítico é a gestão da qualidade e da biossegurança da pesquisa. Tanto os gestores de IPPs / universidades quanto os gestores de empresas brasileiras classificaram como alto o interesse na interação mútua para atingir seus objetivos na cadeia de inovação em saúde. Ambos concordaram também que o retorno em termos de novos produtos ou serviços disponíveis para o mercado desenvolvido com a parceria oriunda desta interação ainda é baixo sendo necessário mais esforço e iniciativa de ambas as partes para superar os gargalos da interação. As recomendações e a proposta de intervenção apresentadas nesta pesquisa envolvem sugestões pontuais de ação e elementos que visam contribuir para a estratégia da IPP Fiocruz com relação à interação com empresas, o que poderá também subsidiar outras instituições que trabalham com a transferência de conhecimento e tecnologia com vistas à inovação em produtos e serviços.


Categoria de assunto

Tipo de documento

Ano de publicação

2011

Autor

  • Montenegro, Karla Bernardo Mattoso