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Toxoplasmose em gestantes atendidas no IPEC - FIOCRUZ (2005-2007): perfil clínico-soroepidemiológico e avaliação do conhecimento e comportamento relacionados à infecção por Toxoplasma gondii

Toxoplasmose é causada por Toxoplasma gondii e freqüentemente cursa com infecção benigna, mas pode ocasionar desfechos trágicos ao feto e neonato quando a mulher adquire a primoinfecção durante a gestação. A profilaxia primária em indivíduos susceptíveis, o diagnóstico precoce e o tratamento específico das gestantes infectadas previnem ou atenuam a infecção fetal. Foi realizado estudo descritivo dos aspectos clínico-soroepidemiológicos de gestantes e conceptos com suspeita de toxoplasmose aguda e ainda, uma avaliação do conhecimento de aspectos gerais, fatores de risco, aspectos clínicos, profilaxia e comportamento das gestantes, frente à infecção por Toxoplasma gondii. Participaram gestantes encaminhadas com teste IgM anti-toxoplasma gondii reagente. As características predominantes foram o baixo nível de instrução, encaminhamento por unidades públicas de saúde da capital do Rio de Janeiro, em avançada idade gestacional. Os problemas identificados nos serviços de pré-natal foram: demora no diagnóstico sorológico, no encaminhamento e ausência de tratamento e disponibilidade do teste de avidez de IgG para 80% das gestantes. Foram avaliadas associações entre serviço de saúde público/privado, escolaridade, paridade, cidade de origem, demora no diagnóstico e tratamento da toxoplasmose. No Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas foram realizados testes sorológicos confirmatórios. Foram identificadas 7% de gestantes com diagnóstico sorológico consistente de infecção recentemente adquirida e muitas apresentaram quadro compatível com infecção crônica; no entanto, houve impossibilidade de exclusão de infecção adquirida na gestação pela avançada idade gestacional no primeiro atendimento. Um grande percentual de testes sorológicos externos com resultado duvidoso foram observados pela confirmação de gestantes com IgM falso-reagente e IgG negativo, além do problema de descontinuidade no tratamento por metade das gestantes. Dentre as crianças acompanhadas, não foi identificada toxoplasmose congênita. A avaliação do conhecimento e do comportamento das gestantes, frente à infecção, demonstrou bom nível de conhecimento sobre a doença, uma vez que foram orientadas no pré- natal após diagnóstico de suspeita de toxoplasmose. No entanto, o comportamento após o início da gestação não foi considerado preventivo e possibilitou a identificação de possíveis fatores de risco para a doença, relacionados em maioria por oocistos como fonte de infecção. A descrição dos aspectos sociais, clínicos e epidemiológicos da população atendida fundamentou a discussão de medidas para aprimoramento no atendimento de gestantes e crianças; enquanto a avaliação do conhecimento direcionou a possibilidade de elaboração de políticas para prevenção da toxoplasmose gestacional no Rio de Janeiro, como a parceria com um centro especializado de atendimento materno-infantil, a fim de permitir uma avaliação mais substancial do desfecho da infecção por Toxoplasma gondii nesta cidade, que até o momento é desconhecido.


Tipo de documento

Ano de publicação

2009

Autor

  • Koehler, Wendy Fernandes Bueno