Os laboratórios de saúde ambiental são, na saúde pública, as ferramentas necessárias para avaliar as características físicas, químicas, biológicas e toxicológicas de amostras ambientais. Para desempenhar tais funções, estes devem contar com profissionais devidamente treinados, instalações e instrumentos adequados, sistemas de gestão da qualidade (SGQ) operantes e recursos suficientes para garantir sua sustentabilidade científica, técnica e econômica. Nesse sentido, é interessante observar os percursos trilhados pelos laboratórios para garantir a implementação de seus sistemas de gestão da qualidade, visando a melhoria contínua de seus processos. No estudo de caso desta pesquisa foram analisados o processo histórico de implementação desses sistemas no Brasil e na França, através de um estudo comparativo entre a ENSP/Fiocruz e a EHESP. A metodologia utilizada nesta tese foi a análise de conteúdo de Bardin que utilizou legislações e documentos técnicos, o resgate da história oral dos processos de implementação e a percepção dos trabalhadores. De acordo com as análises a implementação de um SGQ oriunda da necessidade de atendimento de exigências normativas historicamente se apresentou mais estável e duradoura e, de maneira geral, os informantes de ambos países reconheceram pontos positivos e negativos quanto a implementação associando-a como uma prática necessária desde que seja bem planejada e apoiada pela instituição.