Esta pesquisa consiste em um estudo de caso observacional que tem como objetivo analisar a relação desenvolvida entre o Museu da Vida/Fiocruz e o Centro de Educação de Jovens e Adultos da Maré (CEJA-Maré) entre 2013-2016, avaliando em que medida esta relação constituiu uma forma de trabalho colaborativo capaz de contribuir para um processo educacional compromissado com o horizonte da emancipação humana. Os depoimentos dos alunos do CEJA obtidos através de grupos focais e gravações das atividades no Museu foram organizados através da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. A fundamentação teórica para análise dos discursos se insere no campo do materialismo histórico-dialético, principalmente nas produções de Marx, Gramsci, Thompson, Williams, Vasconcellos e Frigotto. Estas reflexões são organizadas em quatro grandes temas: trabalho, cultura, ciência e formação integral. O estudo contribuiu para identificar as expressões da consciência dos estudantes com relação a suas condições de superexploração, negação de direitos sociais e suas experiências de vida no que tange questões de saúde, educação e segurança/violência no território da Maré. Identificou-se que os alunos participam mais intensamente do processo de construção de conhecimentos quando percebem e fazem relações destes com suas experiências cotidianas e quando esses conhecimentos são abordados de forma problematizadora da realidade, lúdica e interdisciplinar, conectando, ciência, cultura, saúde, história e arte. Com esses resultados, contribui-se para ajustar e fortalecer a proposta de trabalho colaborativo entre o Museu e a Escola ao trazer elementos para potencializar uma atuação compromissada com a luta por uma sociedade mais justa, equânime e solidária.