Os produtos da agrobiodiversidade possuem uma complexidade que abrange o desenvolvimento socioambiental sustentável, com foco em comunidades rurais, quilombolas, indígenas, caiçaras e todo o conhecimento tradicional e popular envolvido. Este estudo teve por objetivo avaliar a qualidade microbiológica dos sabonetes líquidos de plantas medicinais produzidos por agricultores familiares da Zona Oeste do Rio de Janeiro, integrantes do projeto Profito, e diagnosticar as possíveis fontes de contaminação nas diversas fases de produção. O estudo foi realizado no Laboratório de Biologia da Biodiversidade em parceria com o Laboratório de Não Estéreis, ambos da Fiocruz. Analisou-se 12 amostras de dois sabonetes líquidos de aroeira (Schinus terebinthifolia Raddi) e dois de pitanga (Eugenia uniflora L.), de duas localidades distintas de cultivo. 75% das amostras estudadas mostraram-se satisfatórias quanto à contagem de bactérias aeróbias, 100% satisfatórias para a contagem de bolores e leveduras e 83% satisfatórias para as bactérias bile tolerantes. As amostras de sabonetes com extratos de plantas medicinais, cultivados em Pau da Fome, apresentaram 100% de aprovação. Apesar de resultados insatisfatórios, todos os sabonetes estavam próprios para uso. Após diagnóstico, realizou-se curso de capacitação sobre boas práticas de fabricação, com foco nos cuidados pessoais e higienização dos materiais e local de trabalho