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Percepção de justiça organizacional: um estudo entre servidores do Instituto Gonçalo Moniz FIOCRUZ BA

A presença da justiça no ambiente de trabalho alimenta a cooperação e a eficácia na realização das atividades, mantendo a confiança, onde decisões baseadas em preceitos morais diminui o risco de exploração. Considerando que a dinâmica das organizações é constituída pelas relações de trocas entre organização e trabalhadores, e que a justiça organizacional contribui para a valorização dessas relações, a presente pesquisa teve o objetivo principal de analisar a percepção de justiça organizacional entre os servidores públicos do Instituto Gonçalo Moniz/Fiocruz Bahia. A instituição alvo da pesquisa é uma unidade técnicoadministrativa da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, fundação pública vinculada ao Ministério da Saúde, cujas atividades primordiais são pesquisa, ensino e produção de ciência e tecnologia em saúde. A presente dissertação, de caráter descritivo e composta por estudos qualitativos, iniciou com uma investigação da produção teórica e acadêmica, a partir de trabalhos realizados por pesquisadores, nacionais e internacionais, que demonstram um consenso no construto que traz três dimensões principais de justiça organizacional: a distributiva, a processual e a interacional (dividida em interpessoal e informacional). Em seguida foi realizado um mapeamento dos principais aspectos políticos legais do serviço público que possuem influência na percepção de justiça dos servidores, complementado com breve contextualização dos sistemas de governança e processos institucionais da Fiocruz e do Instituto Gonçalo Moniz. A coleta de dados foi dividida em duas etapas, a primeira utilizou a técnica do grupo focal entre servidores sem cargo de chefia, e, na segunda etapa foram realizadas entrevistas individuais com chefes de setor, sendo a análise dos dados realizada através da técnica da análise de conteúdo. Os resultados demonstram que a percepção da justiça distributiva está presente entre os servidores que percebem justiça no regime de contrato estatutário, onde a estabilidade é vantagem primordial, e no valor das retribuições e benefícios recebidos, determinantes para esse sentimento de justiça nas relações de trabalho. Em relação aos processos, apesar da existência de instâncias deliberativas baseadas na atuação democrática, na prática, a participação fica comprometida pelas dificuldades enfrentadas pelo servidor que deseja contribuir com os processos e decisões, pois, assim como a percepção de justiça processual, a participação diminui à medida que se afastam dos níveis hierárquicos responsáveis pela gestão dos processos decisórios. Contudo, existe um movimento da atual gestão para estimular a participação dos servidores nos processos decisórios e na construção do planejamento da instituição. Concluindo o trabalho, verificou-se que, assim como na dimensão processual, as relações interacionais são prejudicadas na proporção em que aumentam o distanciamento entre as partes. Foi relatado que, por vezes, as decisões das instâncias superiores não são discutidas previamente com os servidores afetados, diferentemente da percepção de justiça identificada nas relações interacionais com a chefia imediata e dentro das equipes de trabalho. Esse sentimento de desinformação e injustiça, foi constatado tanto em relação ao corpo Gestor, como em relação aos demais setores da instituição, cuja falta de interação, prejudicam a cooperação entre servidores e dificultam o trabalho realizado.


Categoria de assunto

Tipo de documento

Ano de publicação

2018

Autor

  • Senna, Manuela Sousa