O trabalho traz um novo olhar sobre os objetos e ambientes físicos destinados às atividades de pesquisa e ensino em saúde. Investigamos aspectos relativos ao bem-estar físico e emocional dos usuários de ambientes de saúde tendo como estudo de caso os Laboratórios de Pesquisa em saúde do Instituto Oswaldo Cruz - unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz. O estudo pergunta sobre as formas de contribuição do designer para a transformação positiva do estado de espírito dos usuários de ambientes destinados à saúde e ao ensino, levando em conta as reações ou sentimentos das pessoas perante os produtos e os ambientes, visando sua alegria e bem-estar. Formaliza-se como uma pesquisa teórico-prática com uma abordagem qualitativa e com um referencial teórico baseado na comunicação, na semiologia, na filosofia e na psicologia, para o aprofundamento dos aspectos subjetivos e simbólicos dos objetos e dos ambientes físicos de saúde. São trabalhadas questões relativas à relação entre os ambientes físicos de saúde e a promoção da saúde; à relação entre ciência e a arte; aos aspectos da comunicação entre os projetistas e os usuários de ambientes de saúde; às políticas públicas de saúde relativas à infra-estrutura física; e também as possibilidades do campo do design para a saúde. Concebemos, testamos e formatamos a Oficina de Trabalho denominada “Espaço, Criação e Alegria”, desenvolvida como um instrumento diferenciado para o levantamento de dados e para a sensibilização de profissionais de saúde e ensino envolvidos em intervenções físicas nos seus espaços de trabalho. Identificamos o predomínio da tensão na convivência das pessoas com seus espaços de trabalho em saúde, onde elas e os objetos não coabitam simplesmente no mesmo local, mas fundamentalmente se relacionam entre si. Este relacionamento não é só da ordem funcional, mas é também da ordem simbólica, podendo provocar sentimentos e emoções positivas ou negativas, reiterando a importância de se desenvolver um ferramental teórico-prático que dê suporte ao designer e ao arquiteto nos seus projetos destinados às áreas de saúde e ensino. Os resultados obtidos sinalizam para a utilização de instrumentos de levantamento de dados que sensibilizem e estimulem a participação efetiva dos usuários nos projetos de construção ou reforma de espaços de saúde, proposta pela oficina de trabalho; para a modificação das políticas públicas cujas normas de infra-estrutura física incluam aspectos emocionais e psicofisiológicos dos trabalhadores, pacientes e demais usuários; e que os espaços de saúde podem evoluir como ambientes promotores da saúde contando com a contribuição do design e da arquitetura.