Esta dissertação aborda a comunicação do risco no ambiente online durante emergências de saúde pública, tendo como ponto de partida as mensagens divulgadas pelas autoridades de saúde. A amostra analisada incluiu 655 posts publicados nas páginas do Facebook do Ministério da Saúde e do Center for Disease Control and Prevention (CDC), de maio de 2015, quando dos primeiros casos da zika no Brasil, a novembro de 2016, fim da emergencia de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde. Em termos metodológicos, optou-se por um método baseado na Teoria Fundamentada em Dados, em sua corrente construtivista, com a categorização dos dados analisados até a obtenção de um modelo geral que explicasse o fenômeno em questão em termos mais gerais. Como resultados, observaram-se aproximações e distânciamentos entre a comunicação realizada pelas autoridades e os modelos teóricos existentes. Nota-se uma comunicação com o objetivo de ampliar a confiança, a credibilidade, o engajamento, a participação e a interação da população, descrevendo a situação, traçando planos para controle e prevenção dos riscos, divulgando mensagens relacionadas a este plano e avaliando seus resultados. Tal processo é retroalimentado a todo momento e sofre também influências externas que podem amplificar os riscos, bem como influências de tempo e localização geográfica. Embora destaque a comunicação participativa, o engajamento e a interação, a comunicação realizada ainda se aproxima dos modelo comunicacionais tradicionais, mantendo-se polarizada e com as autoridades apresentando-se como emissores das mensagens, embora já exista certa abertura e aproximações a modelos mais modernos de comunicação. De forma mais geral, os modelos da “Communication for Behaviourial Impact” (COMBI) e do “Crisis and Emergency Risk Communication” (CERC) se adequam a este modelo de comunicação adotado, embora seus manuais ainda necessitem de maior detalhamento das ações a serem realizadas especificamente nas mídias sociais, tanto em termos de estratégia, fundamentação em relação ao tipo e conteúdo das mensagem, quanto da forma como agir e interagir durante o processo comunicacional. Também observou-se a necessidade de aprimoramento das ferramentas de avaliação dos dados de forma a retroalimentar o processo de forma mais eficiente.