Típico caso de um vírus emergente, o Zika havia circulado de forma restrita quando chegou ao Brasil, onde acabaria por se tornar parte de uma emergência em saúde pública e um tema com fortíssima presença nos meios de comunicação em 2015. Este artigo baseia-se em um trabalho realizado no contexto do Observatório Saúde na Mídia, no qual traçamos uma linha do tempo com os principais pontos da escalada de atenção sobre o vírus Zika na mídia brasileira em 2015, incluindo a cobertura midiática e os anúncios oficiais. Confrontamos essa linha do tempo com uma análise de capas de nove jornais impressos publicados nos meses de novembro e dezembro de 2015, período em que o Ministério da Saúde admitiu a possível correlação do vírus com o aumento de casos de microcefalia no país. Enfocamos referências a medo e risco e propusemos algumas reflexões sobre a relação entre a comunicação e a saúde.