Esta Tese aborda a problemática da invisibilidade de situações de risco biológico refletida no âmbito individual, institucional e da sociedade. Os resultados são apresentados em quatro publicações científicas que respondem a seus objetivos. A primeira é um artigo que descreve a trajetória da construção do campo da biossegurança destacando sua aplicação como ferramenta de controle à emergência e reemergência de doenças, resultantes de interferências humanas sobre a natureza, estando a invisibilidade de situações de risco biológico, em nível da sociedade, associada a estas interferências. A segunda é um informe técnico que analisa evento realizado em instituição de pesquisa guardiã de acervo de coleções de agentes biológicos. A análise, que abrange as narrativas dos pesquisadores curadores dos acervos e a observação in loco das condições de biossegurança (indicadores de qualidade) e biosseguridade (aspectos de segurança), apontou inadequações que configuram invisibilidade de situações de risco biológico em nível institucional. A terceira publicação analisa características associadas à não adesão de estudantes de cursos da área de saúde ao teste tuberculínico, em cidade com alta endemicidade da doença. Status socioeconômico, gênero e escolha de carreira foram aspectos associados aos grupos de não adesão ao teste, que está inserido em programas de biossegurança e é recomendado para o controle da tuberculose. Este descuido com a própria saúde configura invisibilidade de situações de risco biológico em nível individual. A quarta publicação, artigo submetido a avaliação, faz uma discussão síntese das publicações anteriores, chamando a atenção para a importância em perceber a inobservância dos preceitos de biossegurança e biosseguridade para possibilitar à tomada de decisão, evitando danos à saúde humana e ao ambiente. Conclui-se que debates são necessários para ampliar a percepção desta questão pelas redes sócio-técnicas, pelas sócioinstitucionais e sócio-humanas.