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Evidência de Alphaherpesvirus humano 1 e Gammaherpesvirus callitrichine 3 em primatas não humanos de vida livre no estado do Rio de Janeiro

A família Herpesviridae abriga um grande número de vírus que infectam uma diversidade de tipos de animais, inclusive o homem e primatas não humanos. A transmissão dos seres humanos para os primatas não humanos (PNH) pode ocorrer através de arranhões, contato com lesões, saliva infectada e principalmente através de alimentos oferecidos contaminados aos primatas não humanos. A estreita relação entre humanos e primatas não humanos permite esta transmissão entre espécies diferentes. Infecções cruzadas podem levar a uma doença grave ou até a morte, tanto do animal, como do homem. Dentre os herpesvirus que infectam os PNH, alguns podem ser fatais. Em 2017, durante o surto de febre amarela ocorrido no Brasil, principalmente no estado do Rio de Janeiro, grande parte dos primatas não humanos, os Sapajus, Leontopithecus, Alouatta e Callithrix, obtiveram resultado negativo para a infecção que estava ocorrendo. O presente projeto teve como objetivo investigar e detectar a possível circulação de herpesvírus na população de primatas não humanos que foram negativos para a infecção pelo vírus da febre amarela. Os PNHs mortos foram encontrados em várias regiões e municípios do estado do Rio de Janeiro, as amostras foram ecaminhadas ao Laboratório de Referência Regional de Flavivírus, pelos órgãos de Vigilância em Saúde ao LACEN/RIO. As amostras com resultado negativo para febre amarela foram encaminhadas ao laboratório de Virologia Molecular do IOC/FIOCRUZ e testadas para detecção de herpesvirus pela técnica de Pan-PCR, que amplifica a região conservada da polimerase (DPOL) e permite a detecção simultânea dos vírus da família Herpesviridae. Para confirmar a presença de Alphaherpesvirus humano 1, foi realizado a PCR baseada na amplificação da região conservada da glicoproteína G do vírus e foi realiza a construção da árvore filogenética da região UL 23 para tratamento com Aciclovir em primatas não humanos durante suspeita de surto de herpesviroses. De um total de 283 amostras analisadas, foi encontrado uma prevalência de 34,6% (98/283) para herpesvirus, através do sequenciamento foi detectado o Gammaherpesvirus callitrichine 3 (CalHV-3) em 13% (37/283). O CalHV-3 pode causar doença linfoproliferativa apresentando linfomas de células B, podendo ser fatal. Em 83 indivíduos a prevalência de Alphaherpesvirus humano1 foi de 29,3% (83/283), para vírus humano letal para os macacos do novo mundo e nenhuma amostra apresentou a mutação de resistência ao aciclovir. Além disso, foi observado co-infecção CalHV1/HHV-1 em 11,6% (33/283). Os resultados deste trabalho contribuiram com a ecoepiodemiologia e reforçam a importância para conscientização da população sobre o manejo das herpesviroses e o estreito contato com os primatas não humanos em espaços públicos e florestais.


Categoria de assunto

Tipo de documento

Ano de publicação

2019

Autor

  • Bonfim, Flávia Freitas de Oliveira