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Estudo dos fatores que influenciam na efetividade do tratamento em pacientes com paracoccidioidomicose

A Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença endêmica na América Latina, causada pelo fungo termo-dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. O Brasil responde por 80% dos casos, e a doença representa um importante problema de saúde pública devido ao seu alto potencial incapacitante, e à quantidade de mortes prematuras que provoca. Este estudo teve como objetivo compreender os fatores relacionados à cura ou aos diferentes desfechos desfavoráveis no tratamento da PCM. Foram avaliados 460 pacientes atendidos no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas, durante o período de 1987 a 2009. Foi realizada a análise de sobrevida para estimar a probabilidade de sobrevivência até a ocorrência de cura e aplicado o modelo de regressão de Cox para estimar as Hazard ratios. A análise exploratória, sem considerar todo o tempo de seguimento, encontrou diferentes efeitos associados aos desfechos, quando comparados os resultados do primeiro e até o último tratamento. Dos fatores encontrados associados aos desfechos no final do primeiro tratamento (regularidade, tratamento incompleto, uso de sulfametoxazol/trimetoprima e uso de itraconazol), apenas os fármacos empregados não apresentaram associação na análise até o último tratamento. Essa diferença nos conduziu à realização da análise de sobrevida, pois a probabilidade até a cura e o risco seriam diferentes ao longo do tempo. Nesta análise, a idade, regularidade, tratamento incompleto, uso de sulfametoxazol/trimetoprima ou itraconazol apresentaram significância estatística, indicando ou reforçando a influência desses fatores para a probabilidade até a cura. O modelo de regressão de Cox estimou as Hazards ratios ou taxas de incidência de cura para esses fatores. Dessa maneira, as taxas de incidência de cura se encontraram reduzidas em 60%, 37%, para as faixas etárias de até 19 anos e 20 a 39 anos, respectivamente, quando comparados à faixa de 60 anos ou mais. A regularidade nos tratamentos aumentou em até 1,41 vezes a taxa de incidência de cura, quando comparada à ausência da mesma. Essa taxa esteve aumentada em 5,11 vezes nos indivíduos que não apresentaram tratamentos incompletos quando comparados àqueles que apresentaram. O uso do itraconazol aumentou em 1,45 vezes a taxa de incidência de cura quando comparado ao uso da associação sulfametoxazol/trimetoprima. As conclusões do presente trabalho apontam o seguinte: tratamentos incompletos acarretaram aumento do tempo mediano de tratamento; pacientes da faixa etária de até 19 anos apresentaram tempos maiores de tratamento, a regularidade e uso itraconazol favorecem o alcance da cura.


Tipo de documento

Ano de publicação

2010

Autor

  • Borges, Sheila Rocha Conceição