O presente estudo buscou compreender a importância do brincar como mecanismo promotor de saúde para as crianças internadas. Para isso, procurou-se entender como o brincar auxilia no bem-estar das crianças internadas; identificar resultados e mudanças no sentido de permitir que a criança tenha mais autonomia e participação durante a hospitalização; compreender como o brincar age sobre as interações sociais ocorridas entre a criança, profissionais de saúde e acompanhantes e analisar como o brincar pode vir a contribuir para uma ampliação do cuidado em saúde. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, privilegiando a entrevista semi-estruturada e a observação participante como instrumentos de coleta de dados. Por três meses o Programa Saúde e Brincar, existente no hospital Instituto Fernandes Figueira/RJ, foi observado durante a execução de suas atividades com as crianças internadas. Foram entrevistados 9 profissionais (integrantes do Programa Saúde e Brincar e gestores da enfermaria pediátrica) e 9 acompanhantes. Os dados foram analisados e interpretados através da articulação entre temáticas provenientes das falas dos entrevistados e das observações, em relação ao referencial teórico adotado. Os resultados obtidos pelas três diferentes percepções (pesquisador, profissionais e acompanhantes) mostraram que o brincar, enquanto recurso terapêutico utilizado pelo Programa Saúde e Brincar, possibilita à criança ocupar um papel mais ativo, com bem-estar, autonomia e participação agindo também sobre o fortalecimento das relações ocorridas entre os atores e contribuindo para um tratamento que perpassa os limites físicos do adoecimento, ampliando o olhar dos profissionais e fazendo com que a criança modifique suas percepções acerca das experiências vivenciadas dentro do hospital.