A contabilidade brasileira, seguindo uma tendência mundial, vem sofrendo mudanças com o passar dos anos com o objetivo de se harmonizar ao máximo com a contabilidade internacional, possibilitando aos investidores estrangeiros uma análise mais clara das suas demonstrações contábeis. Nesse contexto também a contabilidade pública teve que se adequar para se aproximar cada vez mais da contabilidade privada e consequentemente da internacional. Se antes a sua existência era vista com a finalidade específica de atender exigências legais e tributárias, hoje sua função vai muito além disso: precisa ofertar informações que possibilitem aos gerentes subsídios estratégicos para tomadas de decisões. Neste contexto a contabilidade gerencial pode possibilitar aos gestores públicos não apenas informações de gastos, mas trabalhar outras questões: como economizar sem comprometer a excelência; como demonstrar para a sociedade a importância de todas as atividades que aquele órgão executa apresentando um verdadeiro mapa da produção da instituição; quantos atendimentos, quantos profissionais qualificados, quanta geração de conhecimento resultou aquele investimento para a sociedade. Mas, é preciso incentivar nos gestores públicos essa cultura da contabilidade gerencial, porque mesmo o governo oferecendo ferramentas, através de sistemas integrados como o Sistema de Informações de Custos do Governo Federal-SIC, ainda é baixo o número de organizações públicas que fazem uso da informação gerencial. A pesquisa buscou então comprovar se a Contabilidade Gerencial está de fato colaborando com o aperfeiçoamento da gestão na Casa de Oswaldo Cruz-COC, Unidade Técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz-FIOCRUZ. Através de trabalho de campo, aplicando-se entrevista semiestruturada, levantou-se junto aos atores das áreas orçamentária, financeira, contábil, de planejamento e da qualidade os desafios e atributos para sua implantação na COC e também em outras Unidades da Fiocruz, de forma a traçar um paralelo entre elas. Apurou-se que as ferramentas produziram resultados positivos, trazendo para a gestão informações fundamentadas para o planejamento, o controle e a tomada de decisão. Além de contribuírem para o profissionalismo da gestão e a transparência dos resultados para a sociedade e a própria organização. Do mesmo modo que colaboraram com as atividades diárias, propiciando mais celeridade na obtenção das informações. Mesmo com os efeitos positivos produzidos pelas ferramentas, sua aplicação é resultante mais de atos isolados de atores das Unidades do que de uma politica efetivamente estruturada para geração e utilização de dados gerenciais. Ficou explícito também nos resultados o papel fundamental que a alta direção tem na disseminação da prática gerencial nas organizações.