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Comportamento sexual de homens com HIV/AIDS - Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/FIOCRUZ

No ano de 2008, 33 milhões de pessoas estavam vivendo com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) em todo o mundo, sendo que a aquisição do vírus pela via sexual respondeu por 75% dos casos. Após o diagnóstico do HIV, podem adotar comportamento sexual com o uso consistente do preservativo ou continuar mantendo relações sexuais desprotegidas. O comportamento sexual de risco pode contribuir para a transmissão do vírus, para a aquisição de outras doenças sexualmente transmissíveis e também para a re-infecção pelo HIV. Objetivo: Descrever o comportamento sexual de risco para a transmissão do HIV entre homens HIV positivos e analisar os fatores sócio-demográficos, comportamentais, clínicos e laboratoriais a ele associado. Metodologia: Tratou-se de um estudo seccional, em amostra composta por 416 homens integrantes da coorte de pacientes com HIV/AIDS do IPEC/FIOCRUZ. As entrevistas ocorreram mediante uso de formulários estruturados e foram realizadas entre 15/01/2008 a 30/04/2009. A regressão logística foi utilizada para a identificação dos fatores associados ao desfecho comportamento sexual de risco para homens que fazem sexo com homens/mulheres (HSH) (n=223) e homens heterossexuais (n=193). Resultados: Cerca de 30% do total de homens relataram comportamento sexual desprotegido nos seis meses que antecederam a participação no estudo. Os fatores associados ao comportamento sexual desprotegido de heterossexuais foram: aqueles que tiveram parceria sexual sorodiscordante para o HIV tiveram chance 80% menor de apresentar comportamento sexual de risco comparados àqueles que tiveram parceria sexual soroconcordante (RC=0,20; p=0,000); o maior tempo decorrido desde o diagnóstico da infecção pelo HIV esteve associado a uma chance 72% menor de risco durante as práticas sexuais (RC=0,28; p=0,005); os homens cujas parceiras desejaram engravidar tiveram maior chance de ter comportamento sexual desprotegido (RC=2,81; p=0,006). Entre os HSH, aqueles com idade superior a 40 anos mostraram-se menos propensos a ter práticas sexuais desprotegidas (RC=0,45; p=0,021). No entanto, a menor escolaridade (RC=2,46; p=0,039), ter recebido comentários de outras pessoas sobre o consumo exagerado de bebidas alcoólicas (RC=2,80; p=0,019), ter usado drogas ilícitas (RC=4,09; p=0,004) e ter vivido maritalmente no período avaliado (RC=2,11; p=0,036) mostraram-se significativamente associados a uma maior chance de práticas sexuais desprotegidas nesta população de homens. Conclusão: Pode-se verificar que os fatores associados ao comportamento sexual de risco para a transmissão do HIV diferem entre os dois grupos estudados. A implementação de estratégias adequadas para a prevenção da transmissão do HIV destinadas às pessoas com HIV/AIDS deve levar em consideração as peculiaridades do comportamento sexual praticado por populações que diferem entre si, seja pelo sexo biológico, seja pela orientação sexual e outras características.


Tipo de documento

Ano de publicação

2009

Autor

  • Julio, Renata Siqueira