Em 150 autópsias consecutivas procedidas em fetos, recém-nascidos e crianças até 3 anos no "Instituto Fernandes Figueira". Distrito Federal, de 1954 a 1957, foram estudados 4 casos de CITOMEGALIA, em 2 recém-nascidos e 2 lactenates. O diagnóstico foi firmado pelo exame microscópico, não tendo sido suspeitado clinicamente. Igualmente exame microscópico foi pouco elucidativo, razão por que se fez exame das glândulas salivares, agora já integrado na rotina de autópsia. Um dos recém-nascidos apresentou forma clínica bem identificada (prematuridade, ictericia, parpura, hépato, e esplenomegalia, microcefalia com necrose e calcificações cerebrais); no outro o quadro infeccioso se manifestou de forma inteiramente diversa (feto a termo, palidez acentuada onfalite, peritonite, fenômenos hemorrágicos viscerais, intensos ao nível do sistema nervoso). Os lactantes eram crianças distróficas, predominando num os sintomas respiratórios e no outro os digestivos. Ambos apresentam pneumonia intersticial e, um deles, processo de enterite ulcerativa, em cujo exsudato se verificou a presença de Monilia. Observou-se a presença das células citomegálicas, com caracteres típicos, em vários órgãos, sendo rins e os pulmões mais ricos, muito mais numerosas nos recém-nascidos, onde a doença assumiu aspecto septicêmico. Deve-se assinalar que foram encontradas lesões do sistema nervoso nos quatro casos, sob forma de meningoencefalite crônica. As perebquimatosas se assestaram de preferência na parede dos ventrículos laterais (hiperplasia dos elementos do epêndimo da glia subependimária, depósitos de cálcio e ferro manguito perivascular). Num dos recém-nascidos o processo atingiu extrema gravidade, provocando necrose de grande parte do córtex cerebral de um hemisfério; no outro, as lesões revestiram-se de aspecto hemorrágico. Nos lactantes foram predominantes os processos de leptomeningite e de ependimite, produzindo áreas de ulegíria em, e, em ambos, dilatação do sistema ventricular.