O envelhecimento populacional brasileiro está crescente, invertendo a pirâmide etária e constituindo um processo social que não se resume apenas aos efeitos das variáveis demográficas, mas também, causando mudanças sociais e econômicas que originam desafios no processo de envelhecimento associado à uma boa qualidade de vida que pode ser influenciada também pelo capital social e suas dimensões, a estrutural e cognitiva. Devido a isto, o objetivo deste estudo foi verificar a associação entre as dimensões do capital social estrutural e cognitivo com a qualidade de vida relacionada à saúde bucal entre adultos e idosos brasileiros. Trata-se de um estudo transversal com dados de 9.412 indivíduos com 50 anos ou mais residentes no Brasil e participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-BRASIL) que ocorreu no ano de 2015. O desfecho utilizado foi a qualidade de vida relacionada à saúde bucal investigada através do uso do instrumento Oral Impacts on Daily Performance (OIDP). O preditor principal foi capital social, considerando suas dimensões estrutural e cognitiva. Para o ajuste dos modelos, foram utilizadas variáveis independentes demográficas, socioeconômicas, comportamentais e psicossociais. Modelos de regressão de Poisson foram ajustados considerando a amostra complexa a partir do comando svy do programa estatístico Stata 14.0 para a geração das razões de prevalência. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz e o processo está cadastrado na Plataforma Brasil. Como resultado os indivíduos que relataram falta de confiança na vizinhança e não ter amigos apresentaram 20% (RP: 1,20; IC 95%: 1,12-1,29) e 12% (RP: 1,12; IC 95%: 1,03-1,21), respectivamente, maior prevalência de possuir pior QVRSB, relativa àqueles que confiam na vizinhança e relataram ter amigos. Sugerimos que a dimensão cognitiva do capital social pode estar associada à qualidade de vida relacionada à saúde bucal. Este estudo pretende contribuir para a compreensão das relações entre capital social, principalmente acerca das dimensões estrutural e cognitiva, e a qualidade de vida relacionada a saúde bucal. Podendo ser um potencial subsídio para formulação de políticas públicas que tenham impacto positivo na qualidade de vida e saúde bucal da população de adultos e idosos brasileiros.