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Avaliação da Diversidade Genética Populacional e Prevalência de Infecção por Wolbachia em Mansonella ozzardi no Estado do Amazonas, Brasil

Embora a gravidade da mansonelose ainda não esteja bem caracterizada, a ampla prevalência da doença e sua importância para a saúde pública na Amazônia brasileira estão se tornando cada vez mais aparentes. Em São Gabriel da Cachoeira, o tratamento padrão com ivermectina é ineficaz porque a doença é causada tanto por M. ozzardi quanto por M. perstans. Ao contrário de todos os demais parasitas filariais humanos infectados com Wolbachia, os quais são tratados efetivamente com terapêuticas tendo como alvo a bactéria, as cepas detectadas infectando parasitos do gênero Mansonella pertencem ao supergrupo F, sendo as cepas relacionadas a este supergrupo nem sempre necessárias para a sobrevivência dos seus hospedeiros. Como uma investigação preliminar sobre a viabilidade do uso do tratamento anti-Wolbachia na Amazônia brasileira, este trabalho validou sete novos ensaios de PCR para detecção de Mansonella spp. (ITS1, 12S, COI, mtVR1, mtVR3, hsp70 e myoHC) e 18 novos ensaios de detecção por PCR para Wolbachia (AspC, AspS, CoxA, SucB, nadH, FabK, dnaA, HcpA, AtpD, NuoD, NuoG, sucB, MgChel, WD0183, WD0198, WD0237, WD0359 e WD1005). Testando cada um desses ensaios individualmente em amostras de sangue positivas para Mansonella spp. provenientes de 48 residentes de São Gabriel da Cachoeira, foi possível detectar >3 alvos do parasito Mansonella spp. e >5 alvos de Wolbachia em todas as amostras, além de evidências de que a quantidade de Wolbachia em MFs do gênero Mansonella pode ser variável. Análises filogenéticas utilizando sequências recuperadas de três alvos do parasito (CO1, 12S, ITS1) e seqüências gênicas recuperadas para quatro alvos de Wolbachia (16S, FtsZ, GroEL, GltA) confirmaram a existência de ambos os parasitos M. perstans e M. ozzardi em São Gabriel para Cachoeira , revelando também a evidência de coinfecções por M. perstans e M. ozzardi em quatro amostras de sangue. Análises filogenéticas realizadas com todas as sequências-alvo de Wolbachia e duas das sequência-alvo do parasito (12S e ITS1) encontraram poucas evidências da diversidade de parasitos ou Wolbachia, entretanto, novos haplótipos mitocondriais de M. perstans foram identificados com base nas análises de COI. Nossos resultados sugerem que a terapêutica anti-Wolbachia pode ser um tratamento efetivo para Mansonella spp. em São Gabriel da Cachoeira, porém mais pesquisas são necessárias para confirmar se todos os parasitos de M. perstans na área em questão (como por exemplo, as amostras com diferentes haplótipos mitocondriais) são infectados com Wolbachia e, portanto, se todas as infecções por mansonelose podem vir a ser tratadas por meio dessas abordagens anti-Wolbachia.


Tipo de documento

Ano de publicação

2019

Autor

  • Leles, Lorena Ferreira de Oliveira