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Ações Integradas de Vigilância e Controle de Vetores de agentes etiológicos das Leishmanioses: experiência com Comunidades de Área Endêmica de Leishmaniose Tegumentar Americana, Campus Fiocruz da Mata Atlântica, Jacarepaguá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) ocorre no Estado do Rio de Janeiro desde o século passado em áreas localizadas próximo a fragmentos de matas. Prevalece em condições de pobreza, sustentando um quadro de desigualdades. No município do Rio de Janeiro, a partir da década de 80, casos humanos foram registrados principalmente na zona oeste da cidade, em Jacarepaguá, onde localizase o Campus Fiocruz Mata Atlântica-CFMA, na vertente Atlântica do maciço da Pedra Branca. O CFMA representa 65% da área da Colônia Juliano Moreira e possui 50% de sua área florestal, sobreposta ao Parque Estadual da Pedra Branca e a área com habitações, organizadas em seis comunidades. A época da seção desta área à FIOCRUZ (2003), os casos de LTA do CFMA representavam 68% dos casos registrados em Jacarepaguá, correspondendo a 8% das notificações no município do Rio. Doença de transmissão focal, a LTA no Brasil é determinada pela relação entre os diferentes elos da cadeia epidemiológica em nichos ecológicos restritos, onde alterações ambientais influenciam a incidência e expansão da doença, pelo contato mais estreito que se estabelece entre homem e vetor. Face à complexidade epidemiológica, a adoção de ações integradas surge como uma possibilidade promissora para vigilância e controle. O objetivo deste estudo foi discutir proposta que integre atividades de educação em saúde e tecnologias sociais às ações de vigilância entomológica, preconizadas pelo Ministério da Saúde, bem como avaliar o processo de produção de LTA no CFMA. Parte do estudo buscou integrar informações sobre o patrimônio biológico do CFMA, através de inventário da fauna de flebotomíneos realizado em locais de monitoramento permanente (Parcelas Permanentes/ PP), dentro do Programa de Monitoramento da Biodiversidade do CFMA. Este estudo tinha a expectativa de contribuir com o entendimento da ecoepidemiologia local da LTA. Das dezesseis espécies de flebotomíneos identificadas, Psathyromyia pascalei, Sciopemyia microps, Pintomyia bianchigalatiae e Pintomyia misionensis são registradas pela primeira vez no município do Rio. Migonemyia migonei, ocorrendo em todas as PP, mostra ampla distribuição, capacidade de adaptação a diferentes ambientes, sendo sugerida como responsável pelo ciclo de transmissão enzoótico da LTA, nas áreas mais preservadas do CFMA. No intuito de trabalhar a prevenção e vigilância, foram realizadas atividades educativas, oficina com as equipes da saúde da família e os agentes comunitários, visando sensibilizá-los para questões relacionadas às leishmanioses, informando-os sobre ecoepidemiologia, diagnóstico, tratamento e prevenção, fortalecendo seu papel junto às comunidades como atores importantes da saúde. Posteriormente, foi realizada atividade com moradores, por meio de palestras, mesas dialógicas de discussão e distribuição de folhetos informativos sobre a LTA. A oficina sobre tecnologia social possibilitou a interação dos moradores, na produção de materiais de proteção coletiva, com dinâmica de grupos para a construção de telas de proteção para portas e janelas, como prática preventiva para reduzir o contato homemvetor no domicílio. Também foram desenvolvidos materiais informativos: folhetos e jogos, estes com grande impacto quando trabalhados junto aos moradores.


Categoria de assunto

Tipo de documento

Ano de publicação

2016

Autor

  • Costa, Wagner Alexandre