Este estudo integra uma pesquisa sobre a abordagem dos casos de maus-tratos cometidos contra crianças e adolescentes. O objetivo é analisar a percepção dos profissionais de saúde da rede pública frente à abordagem realizada nestes casos. O desenho metodológico baseia-se em estudo de caso, numa abordagem qualitativa de pesquisa social, através da técnica de entrevista semi-estruturada. O campo de estudo é o Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz. O tratamento dos dados baseia-se em princípios do método de análise de conteúdo. Dentre os resultados, destaca-se que os maus-tratos ora assumem uma visibilidade na identificação por parte dos profissionais, ora ficam invisíveis em seu atendimento. Junto a isso, verifica-se que a percepção dos profissionais oscila entre a crença e a descrença na resolubilidade dos casos. Em termos de conclusão, ressalta-se que, frente à complexidade da violência cometida contra crianças e adolescentes, questões como capacitação profissional, planejamento de ações integradas e participação dos profissionais em ações públicas devem ser equacionadas, visando a uma melhor abordagem desses casos.